No Brasil, infelizmente, gastamos muito com uma produção acadêmica alicerçada em posicionamentos políticos e ideológicos pré-estabelecidos. Não é raro que, ao conversar como um aluno de pós-graduação das nossas ciências sociais, em momentos que se situam antes do início do jogo, ou seja, antes da elaboração da dissertação ou tese, a gente já desconfie de qual vai ser o resultado do trabalho. É a predominância da retórica sobre a pesquisa empírica. Em conseqüência avançamos pouco na pesquisa de aspectos pontuais de nossa realidade. Por que? Ora, porque não se enquadram nos modelos da moda ou porque fogem à apreensão das teorias que fazem sucesso em Paris.
Bueno, mas porque diabos esse chato está escrevendo isso e em que isso se relaciona com o título do post. Calma, pessoal. O que queria chamar a atenção é para o fato de que, dado esse traço, digamos cultural, acima mencionado, temos poucos trabalhos sobre o impacto dos processos eleitorais na formatação de nossas polícias. Ora, todos os candidatos falam sobre a questão. Quem está no governo, e busca re-eleição, faz mais do que isso: intervém e procura apresentar elementos (mais justo seria dizer “factóides”) que possam servir de referência para as intervenções televisivas.
Diante de tudo isso, salta aos olhos a ausência de trabalhos que estabeleçam a relação entre eleições e polícia. Por favor, se você conhece trabalhos sobre essa questão, envie-me a informação.
Em tempo: há uma literatura internacional significativa sobre o assunto. Logo, logo, postarei links sobre a mesma aqui.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
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Um comentário:
Não consigo ver muito disso emergindo nas eleições do RN. Parece-me que estamos muito mais para os filmes antigos de Clint Eastwood. Talvez em Pernambuco este ano vejamos alguma coisa, essa entrevista indica que o assunto deve ser bem tocados nas eleições de lá: http://acertodecontas.blog.br/entrevistas/o-componente-da-vingana-e-da-honra-explosiva-quando-colocado-em-um-contexto-urbano/
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