terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Terremotos em Porto Príncipe e Lisboa

Muito se tem comentado sobre o terremoto de Lisboa, agora que precisamos, de algum modo, dar vazão ao nosso sentimento de impotência diante da tragédia que se abateu sobre o Haiti. Por isso, transcrevo abaixo interessantes observações publicadas no Ex-Blog do César Maia. Confira!

O TERREMOTO DE LISBOA!

1. Em 1 de novembro de 1755, Lisboa foi destruída por um terremoto grau 9 na escala Richter, seguido de um tsunami com ondas de 20 metros de altura. Dos 275 mil habitantes de Lisboa, pelo menos 90 mil morreram. 85% das construções de Lisboa foram destruídas. Não faltaram os saqueadores.

2. Sebastião Melo, depois Marquês de Pombal, primeiro-ministro do Rei de Portugal D. José I, assumiu o comando total da situação com a frase que ficou famosa: "Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos". Abrigou a população sobrevivente em tendas, assistiu-a e convocou os que podiam para os trabalhos.

3. Realizou imediatamente um trabalho de levantamento detalhado da situação em cada bairro, incluindo as observações sobre o fenômeno... Reprimiu com pena de morte os saqueadores. Priorizou a saúde pública e com isso não houve nenhum surto de doenças em função do terremoto.

4. Convocou o arquiteto Eugenio dos Santos e os engenheiros Manuel da Maia e Carlos Manuel, para fazer o plano e executar a reconstrução de Lisboa. Lisboa era uma cidade moura, cheia de vielas, como hoje se pode ver em Alfama. Foi reconstruída a partir da Praça do Comércio com eixos ortogonais, num desenho de quadras no estilo espanhol.

5. Estabeleceu a polêmica com a Igreja, culminando com a pena de morte para o Padre jesuíta Gabriel Malagrida, que em 1756 publicou o livro "Juízo da verdadeira causa do terremoto", onde pregava ter sido o terremoto um castigo divino e que não se devia proteger os desabrigados, pois o infortúnio desses se consolava com procissões e orações.

6. A polêmica levou o filósofo Imanuel Kant ("O Terremoto de Lisboa de 1755") a se debruçar no assunto, levantando terremotos anteriores de forma a provar que se tratava de um fenômeno geológico, explicado cientificamente e não através de crenças. Os levantamentos detalhados feitos por Pombal e o questionamento de Kant abriram o estudo da sismologia.

7. Veja desenho da situação de Lisboa após o terremoto. Veja Lisboa antes do terremoto.

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