sexta-feira, 25 de março de 2011

ELEIÇÕES NO CCHLA: O EQUÍVOCO DA PROPOSTA DA COMISSÃO ELEITORAL

Na próxima terça-feira, dia 29 de março, o CONSEC do CCHLA discutirá as normas que regerão a consulta para a escolha de diretor e vice do centro. Um documento guiará a discussão. Intitulado “NORMAS INTERNAS PARA A ESCOLHA DO DIRETOR(A) E VICE-DIRETOR(A) DO CCHLA”, a peça contém uma proposta de eleição com voto paritário. Nada de novo, não fosse uma proposta de voto paritário pós-fixado.

O tipo de voto proposto é um passa-moleque envelopado em um conjunto de equações bem construídas. Se a paridade, em uma eleição para um centro acadêmico, é uma distorção; o voto paritário pós-fixado eleva a distorção à enésima e, caso venha a ser aprovado, transformará a eleição do CCHLA em um absurdo completo.

Na consulta para a escolha de reitor e vice da UFRN, ocorrida no final do ano passado, tivemos o voto paritário pré-fixado. Não era a melhor solução, mas manteve as coisas minimamente equilibradas.


O modelo proposto pela Comissão do CCHLA significa fortalecer quem pouco se mobiliza. Paradoxalmente, os professores, que comparecem mais às eleições, têm o peso do seu voto diminuído. Ou seja, são punidos por participarem mais ativamente do processo.

Mais do que incentivo à participação estudantil, temos aqui uma proposta nitidamente paternalista. Os estudantes não comparecem em peso às eleições? Não tem problema! Os que comparecerem (mesmo que sejam apenas 20% do total de aptos a votar) terão peso igual àqueles que comparecem fortemente.

O que essa proposta revela? Uma disposição para tratar com minoridade os estudantes. Ao invés de tratá-los como sujeitos políticos, com posições e lugares diferenciados no interior da Universidade, tratamo-los como pessoas que precisam ser mimadas. O recado é: não se esforcem para fazer com que todos votem, pois, o peso de vocês na eleição já está garantido. Nada mais demagógico e deseducativo!

Um comentário:

Anônimo disse...

Populismo barato ou uma lógica cultural que se ergue cada vez mais de deixar os confrontos de lado, devido aos seus custos políticos?
Vejo, sinceramente, que alguns setores da academia preferem acudir aos reclames estudantis (legítimos, porém incoerentes) ao invés de discuti-los com seriedade como vem fazendo este espaço.
Será que nisto se esconde algum interesse eleitoral mais adiante? Afinal, os cargos de gestão da UFRN praticamente não mudaram de mãos (majoritariamente, como no caso do cargo de Reitor) nos últimos 15 anos. Os estudantes poderiam "mudar" o quadro?
Estou apenas conjecturando...
Abre-se cada vez mais mão da seriedade acadêmica em sala de aula, o plágio contamina nossas atividades e, por conseguinte, pleitos acadêmicos se eivam de populismo.
O que ainda falta?

Abraço e parabéns pela coragem!