Humana, demasiada humana, mas chocante. É a história retratada na notícia publicada na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. Eu, que não o conheci pessoalmente, senti essa perda. Por outro lado, a forma como a morte foi noticiada é, para mim, um bom exemplo de um texto jornalístico de qualidade.
LUIS FERNANDO SCHUARTZ(1966-2009)
O jovem professor citado no rodapé por Habermas
ESTÊVÃO BERTONIDA
REPORTAGEM LOCAL
Aparecer numa notinha de rodapé enchia Luis Fernando Schuartz de orgulho. Não era por menos: seu nome está lá, no pé de página de um trabalho recente do filósofo alemão Jürgen Habermas.
A citação remete à tese que Luis apresentou na Alemanha em 1999, quando concluiu seu doutorado. Nela, critica conceitos do filósofo.Só que seus estudos lhe renderam mais dividendos.Recentemente, Luis pediu a Habermas uma carta de recomendação para uma bolsa que tentava. Não só foi atendido como chamado de brilhante pelo autor alemão.A aprovação da bolsa, pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), veio. Em janeiro do próximo ano, Luis pretendia se mudar para os Estados Unidos, onde dividiria um apartamento com um colega. Faria o pós-doutorado na Universidade Yale.Formado em direito pela PUC-SP em 1988, era atualmente professor da Escola de Direito da FGV (Fundação Getulio Vargas) no Rio.
O amigo Guilherme Leite Gonçalves, também professor, diz que Luis era muito preocupado em criar na faculdade de direito um espaço que fosse além do preparo dos alunos para o mercado de trabalho -sua vontade era que se produzisse mais ciência.Esportista, jogava muito bem futebol, adorava surfar e andar de bicicleta à noite, pois, muito estudioso, era o único tempo livre que tinha.Morreu domingo, aos 43. Segundo a família, teve uma morte súbita. Não deixa filhos.
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