Com o apagão da terça, como era de se esperar, os tucanos entraram em estado de graça. Passaram a cantar de galo e a exibir uma competência que não tiveram quando estavam a gerir a mesma máquina... Mas a semana foi passando e o mundo caiu na cabeça deles. Veja a análise abaixo!
Folha de São Paulo
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Escombros tucanos
SÃO PAULO - Que não tenha morrido ninguém foi "um milagre", disse o próprio governador de São Paulo, ao observar, in loco, o resultado do desabamento de três vigas do Rodoanel sobre a rodovia Régis Bittencourt, na noite de sexta. "Milagre" não é uma palavra que costuma frequentar o vocabulário do engenheiro José Serra, adepto obcecado da razão. Ele falou ainda em "barbeiragem" a ser esclarecida, o que soa quase como um eufemismo. "Negligência criminosa" não seria mais adequado?
Registre-se que, sim, lamentavelmente uma pessoa morreu na madrugada de sábado depois de um acidente provocado pelo congestionamento na rodovia.
(...)
Apesar dessa e de outras tantas maracutaias técnicas, o TCU viu indícios de superfaturamento pesado na obra. OAS, Mendes Jr. e Carioca Engenharia, do consórcio responsável pelo trecho, nada disseram até o momento. O silêncio traduz o descaso arrogante com que empreiteiras desacostumadas à luz do dia tratam a opinião e a coisa pública.
Como não lembrar da tragédia ainda recente na linha 4 do metrô, em janeiro de 2007? Não foi a mesma negligência criminosa que deu origem à enorme cratera para onde foram tragados seis carros e morreram soterradas sete pessoas?
Conseguirão os tucanos concluir uma obra de porte em São Paulo sem cometer desastres pelo caminho? Não há retórica da competência ou do bom gerenciamento que resista aos escombros monumentais que esses seletos homens públicos são capazes de produzir. Os tucanos precisam compatibilizar a boa imagem que fazem de si mesmos com as imagens que a realidade insiste em nos exibir.
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Um comentário:
Edmilson, eu sei que as críticas fazem parte do contexto da vida. Sei também que Jornalistas parecem fazer questão de serem ácidos nas críticas. Se jornalista não for ácido não é jornalista ( na concepção deles...).
E assim vemos hoje que as críticas não são avisos, e sim "performances".
E de tanto se levar na brincadeira e humor, as tragédias de Senado, a vergonha foi cauterizada.
E hoje, se, como políticos, julgamos tudo "anti-adversário", acabamos pagando por isso de alguma forma... afinal, ninguém tem vergonha mesmo.
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