A Secretaria Municipal de Saúde de Natal não é exatamente um cargo que uma pessoa de bom senso deseje. Problemas, problemas e mais algumas arapucas esperam pelo incauto secretário que por lá der as caras. Para completar, pululam o ambiente máfias corporativas bem azeitadas. E estas, você sabe, impedirão sempre qualquer arrumação de casa que altere minimamente os seus sagrados intereses.
Além do quadro acima, devemos nos lembrar que a Prefeita Micarla de Sousa (PV), para a sua vitória, contou com o apoio de setores articulados a interesses conservadoras na área da saúde. Além destes, teve, ao seu lado, a força de deputados como Paulo Davim e Getúlio Rego, que consagram parte de suas atuações parlamentares à defesa dos interesses sindicais dos médicos.
Por tudo isso, não é surpresa que, em pouco mais de um ano de governo, a Prefeita já esteja com o seu segundo secretário de saúde. Como conciliar os interesses acima com os direitos básicos de atendimento da população? Essa conjugação, sabemos bem, não é tarefa simples. O primeiro secretário municipal de saúde de Micarla até que tentou fazer isso. Tentou, mas não conseguiu...
Agora, a boa surpresa. Ana Tânia, a tual secretária, começou a colocar ordem na casa. Não sei se por falta de alternativa, Micarla foi ficando com ela. O resultado é que a secretária, após enfrentar, não sem alguns problemas e erros, a questão dos plantões dos médicos, cacifou-se perante à população como alguém que está fazendo alguma coisa boa e positiva. Pois é, aqui e ali, pelas ruas da cidade, o nome da secretária começa a ser pronunciado com simpatia.
É uma boa surpresa, sem dúvidas. Mas, dado o cenário pintado mais acima, fico a me perguntar: até quando a Ana Tânia ficará no cargo?
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