domingo, 14 de fevereiro de 2010

A contribuição de Thales para a duplicação da Br-101


As sombras da noite já caiam sobre a cidade de João Pessoa, naquele sábado, 23 de janeiro. Em um dos trechos interditados da BR-101, em direção a Natal, estava Thales. Em meio a uma jornada de trabalho que atravessaria a noite, ele desconfiou da aproximação da fotógrafa. Pensava tratar-se da engenheira da empresa que o contratara para a tarefa cansatica de garantir, com a sinalização, a segurança dos que trafegam pelo trecho paraibano da maior rodovia do país.

Thales, como tantos outros anônimos trabalhadores da ansiada duplicação da Br-101, garante, anonimamente, um mínimo de segurança para os indiferentes (e, não raro, cansados e estressados) viajantes que atravessam a rodovia. Ele tem vinte anos e gostaria muito de que o seu emprego durasse mais do que o período da duplicação da rodovia.

Duplicação da Br-101... Obra tão indispensável quanto contestada. Não nos esqueçamos que, até bem recentemente, engenheiros e políticos da região torciam o nariz para a empreitada iniciada pelo Governo Lula. Tanto foi assim que, para enfrentar o dissenso entre o empresariado da construção civil, o governo teve que lançar mão de batalhões de engenharia do Exército. Estes, diga-se de passagem, saíram-se melhor do que a encomenda na condução da obra. E, agora, de forma nem sempre velada, ouvimos empresários reclamando que o Governo Lula está usando indevidamente as Forças Armadas...

Indiferente à polêmica (e aos moinhos de vento da política nacional), Thales, como tantos outros, está a postos, construindo, de forma imperceptível para o distinto público, aquela que é, talvez, a mais importante obra federal já construída na região Nordeste nas duas ou três últimas décadas.

Após concluída a duplicação da Br-101, quando em velocidade passarmos pelas proximidades de João Pessoa dificilmente lembraremos dos Thales que, durante um tempo de suas vidas, trabalharam para que a obra se tornasse realidade. Por isso, fica aqui o seu registro.



Fotos de Andréa Monteiro.

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