sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

As armas da crítica foram as armas de Edward Said

Edward Said, intelectual palestino (eu quase escrevia "cidadão do mundo", mas, por enquanto, vamos fugir da pieguice, não é?), foi um dos pensadores mais criativos das últimas décadas. Pois não é que a edição da Revista Piauí que acabou de chegar às bancas contém uma extensa reportagem a respeito do autor de "Orientalismo". Confira alguns trechos abaixo.




O cosmopolita desenraizado

TONY JUDT

Durante três décadas, virtualmente sozinho, Edward Said abriu caminho para um debate sobre Israel, a Palestina e os Estados Unidos. Ao fazer isso, prestou um serviço público inestimável, correndo risco pessoal considerável

Quando Edward Said morreu, em setembro de 2003, após batalhar por uma década contra a leucemia, era provavelmente o intelectual mais conhecido do mundo. Orientalismo [São Paulo: Companhia das Letras, 1989], seu controvertido relato da apropriação do Oriente pela literatura e pelo pensamento europeu moderno, gerou uma subdisciplina acadêmica por conta própria: um quarto de século após sua publicação, a obra continua a provocar irritação, veneração e imitação. Mesmo que seu autor não tivesse feito mais nada, restringindo-se a lecionar na Universidade Columbia, em Nova York - onde trabalhou de 1963 até sua morte -, ele ainda teria sido um dos acadêmicos mais influentes do final do século xx.

Mas ele não viveu confinado. Desde 1967, cada vez com mais paixão e ímpeto, Edward Said tornou-se também um comentarista eloquente e onipresente da crise do Oriente Médio e defensor da causa dos palestinos. O engajamento moral e político não chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said - sua crítica à incapacidade do Ocidente em entender a humilhação palestina ecoa, afinal, em seus estudos sobre o conhecimento e ficção do século xix, presentes em Orientalismo e em obras subsequentes (notadamente Cultura e Imperialismo, publicada em 1993). Mas isso transformou o professor de literatura comparada em Columbia num intelectual notório, adorado ou execrado com igual intensidade por milhões de leitores.

Acesse o site da Piauí e leia a matéria completa.

Nenhum comentário: