Na pesquisa Datafolha para a corrida presidencial, divulgada ontem no Jornal Nacional, a única alteração é o oscilação positiva de 1 ponto para cima da candidatura de Marina Silva. Parece nada, mas é significativo. Segundo análise detalhada da pesquisa, feita pelos diretores do instituo de pesquisa, que eu transcrevo mais abaixo, a candidata verde está crescendo nos setores mais escolarizados e de maior renda. Nada que abale ainda a liderança da Dilma, mas algo que pode indicar uma mudança maior nos próximos dias. A notícia, entretanto, não é a melhor para o Serra: Marina tira votos do PT, mas também tira do tucano. E mais deste último. Tanto é assim que em alguns colégios eleitorais, como o de Brasília, ela já está na frente do candidato do PSDB.
Hummm! Já imaginaram um segundo turno entre Dilma e Marina? Poderia ser uma lufada de vento na democracia brasileira...
Caso da Receita influencia voto em segmentos da classe média
MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA
Pela segunda tomada consecutiva, as variações nas taxas de intenção de voto na disputa pela Presidência da República ficam dentro da margem de erro.
Oscilações, como as observadas nos últimos 15 dias nas pesquisas do Datafolha, indicam, de um modo geral, estabilidade do quadro sucessório. Mas limitar a análise a tal conclusão pode camuflar pontos importantes do comportamento dos eleitores, indícios de possíveis movimentos gerais, que se iniciam em segmentos específicos.
Com 50%, Dilma mantém vantagem e quadro é de estabilidade, diz Datafolha
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A preferência com base no total do eleitorado transmite a impressão de que a violação do sigilo fiscal de familiares de José Serra (PSDB) nada influenciou a disputa. É preciso leitura mais cuidadosa.
Dilma Rousseff (PT) mantém confortável liderança, mas, estratificando-se os dados, nota-se que em subconjuntos típicos da classe média, o apoio à ex-ministra caiu de forma significativa.
Entre os eleitores que têm nível superior de escolaridade, por exemplo, a petista perdeu cinco pontos em cinco dias e voltou ao patamar de março (37%).
A queda foi de oito pontos entre os que têm maior renda. É importante, porém, verificar que o candidato tucano não é o maior beneficiado por esse movimento.
Marina Silva foi quem mais evoluiu nesses estratos em relação à pesquisa da semana passada. Entre os mais escolarizados, Marina ganhou quatro pontos e chega agora a 23%, taxa nunca obtida nesse segmento. Entre os que têm renda familiar de mais de 10 salários mínimos, ela ganhou seis pontos.
E não é só do prejuízo de Dilma que Marina vem se beneficiando. Nos últimos 15 dias, ela obteve um crescimento contínuo de oito pontos entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos, enquanto Serra caiu oito.
No mesmo espaço de tempo, Marina subiu oito pontos no Distrito Federal e ultrapassou Serra, que caiu nove.
As mudanças não influenciam o total da amostra, já que esses conjuntos têm baixo peso quantitativo no eleitorado. As próximas pesquisas devem responder se as variações ficarão limitadas a esses segmentos ou se produzirão ondas para outros.
sábado, 11 de setembro de 2010
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